quarta-feira, junho 06, 2007

"Sala de Chuto"

Pois, muito se tem falado das salas de chuto, mas nada se faz.
Quer dizer, agora os "políticos", que nada sabem em matéria de toxicodependência, querem deslocar os consumidores de drogas injectáveis, dos bairros, por onde há já muitos anos vagueiam, para bairros onde o consumo na rua está extinto!!!!
A quando da intervenção no Casal Ventoso e no Intendente, quem lá andou a trabalhar, sabe bem o que é uma "sala de chuto" a céu aberto e como funcionam o consumidores....
Porque não se informam, junto de quem sabe?
Tomam decisões absurdas que nada resolvem, gastam o dinheiro do povo em merdas que não servem para nada!
Querem pôr os toxicodependentes a vaguear pela cidade?
Querem vê-los a caldar por aí, sim porque quem está em ressaca compra droga para o alivio imediato dos sintomas. Ou seja, neste caso, compra a droga no Casal Ventoso e depois (vai roubar mais alguém) para apanhar o autocarro para a "sala de injecção assistida" que fica em Benfica, muito lógico??? E impossível, só mesmo na cabeça de um político!!!

sexta-feira, maio 04, 2007

Escola de Pais

Falam, falam, mas quem tem culpa?
Quantas vezes, sem conta, ouvimos falar em "geração rasca", "a juventude está perdida" etc. e tal?
Numa nova experiência aceitei participar numa "Escola para Pais", com o objectivo de proporcionar aos pais novas competências parentais.
Pois e então me surge a questão de qual a origem da tal "geração rasca" de que falam?
Alguém tem ideia da falta de competências dos pais para educar os seus filhos?
Tenho ouvido cada barbaridade!
Batem, gritam, proibem, deixam andar... E depois espantam-se quando eles crescem e fazem o mesmo!!!
Que mães e pais rascas!!!
Queridos pais vão para a Escola, sim?

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Violência

Não consigo deixar de ficar espantada, com os crimes de violência doméstica. As respostas que o nosso país oferece, são imaginárias!
O ultimo caso que recebi, foi uma mulher com um apelido "de peso", aqueles que reconhecemos assim que ouvimos.
Tinha sido agredida violentamente pelo marido e saíu de casa com dois filhos pequenos. Foi dormir a casa de uma amiga e no dia seguinte apareceu para pedir ajuda. Não queria que os sogros (pessoas conhecidas e influentes) soubessem do sucedido e não queria apresentar queixa contra o marido, com receio de represálias futuras, enfim o habitual com acréscimo "do ser conhecido".
Pois, perante este cenário não havia muito a fazer, falei com o Ministério Público que me informou que como ela não queria apresentar queixa, teria de voltar para casa com os filhos ou seria acusada de sequestro. Parece impossível mas é verdade, não encontrei nenhuma instituição para a receber com as crianças, a espera menor era 1 mês(não quero mencionar nomes).
Conclusão, acabou por voltar para casa, pois o marido descobriu o seu paradeiro e pediu desculpa mais uma vez. Ela depois de se ver sem respostas, achou que seria a única saída.
Continuo a acompanhar o caso, na expectativa de uma tragédia, mais dia menos dia...

quinta-feira, setembro 21, 2006

Barragem Carmona Posted by Picasa

terça-feira, março 14, 2006

A abelhinha não me viu!

A abelhinha não me viu! Posted by Picasa
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sábado, setembro 10, 2005

Luz? Posted by Picasa

Negro

Observo...
O povo está deprimido...
Agir
Lutar
Que silêncio mórbido!
Esquecer
Ambicionar
Procurar
Concretizar
Voltar a acordar...
Carpe Diem

quinta-feira, junho 09, 2005

... Posted by Hello

Regresso

O monitor do Centro avisa que estava uma utente "nova" para acolhimento.
Dirigi-me a ela, apresentei-me e ela respondeu:
- "não me conhece?"
Sinceramente estas questões perturbam-me.
Pois, era "Leonor" com 30 Kg a mais!
Conheci a "Leonor" em Junho de 2003, muito degradada,
andava sempre com o seu companheiro e um pequeno cão.
Resumindo a sua história até hoje:
Sem outra oportunidade a "Leonor" não terminou a 4ª classe,
teve de ficar em casa a tomar conta dos irmãos mais novos.
Aos 14 anos foi levada para Espanha para um Bar de Stripp.
Trabalhou em outros países sempre como striper.
Aos 18 anos tentou regressar a casa mas foi-lhe negada a entrada,
apesar de nunca ter deixado de enviar dinheiro para a familia.
Foi mãe pouco tempo depois e aos 19 anos iniciou consumos de cocaína e heroína.
A partir daí foi sempre a descer...
Acaba por vir para Portugal, deixa os dois filhos com uma das irmãs e
fica na rua. Arranja trabalho, passa a viver numa pensão e
pouco tempo depois é agredida por um cliente ficando com um peito massacrado.
Deixou de poder ser striper...
Iniciou o caminho da degradação total...
Em Junho de 2003 pesava 25Kg, já não tinha veias para se injectar,
gritava, chorava, desesperava com as dores da ressaca, sem conseguir injectar.
Lá foi encaminhada para programa de metadona.
Tomou durante uma semana e desapareceu.
A "Leonor" desapareceu porque foi apanhada pela PSP com 1 gr de heroína e
outra de cocaína, divididas em pacotes. Foi levantado um processo por tráfico.
Esteve detida preventivamente 6 meses, até a irmã a descobrir e arranjar advogado.
A minha questão é:
- Será possível que este país não evolui?
- Como é que uma toxicodependente extremamente debilitada, a tomar metadona,
é detida e abandonada na prisão a ressacar a frio, por carregar as suas doses?
Durante 6 meses detida, não teve qualquer tipo de apoio.
Conheço várias histórias como a da "Leonor".
Com todas as burocracias ditas legais, demorei 3 semanas para conseguir
a autorização judicial para a encaminhar para Comunidade Terapêutica.
Ficará lá a aguardar julgamento.
Fiquei aliviada de a ver partir, angustiada a aguardar a sua sentença.
Vão continuar a julgar e condenar pessoas doentes?
Quando é que isto muda?
hits.